Aqui na Baixada Fluminense somos treze municípios, milhões de habitantes muita profundidade histórica e cultural. Já caminhamos pela História a muito tempo nesse território vasto e múltiplo. Somos uma terra de migrantes herdada da afrodescendência e da luta dos povos originários que viveram aqui na região nos séculos anteriores que deixaram suas marcas de identidade que nos constituíram como periferia marcada por belezas e tragédias e seguimos firmes ainda em direção ao futuro.
Essa configuração social vinda do tempo criou, na contemporaneidade, um mosaico cultural que muito nos orgulha. Manifestações culturais riquíssimas, patrimônio histórico vasto e potente ambos ameaçados pelo descaso e pelo desconhecimento. Já a muitos anos diversas gerações de pesquisadores e militantes, indivíduos e coletivos, tem empenhado um grande esforço para estudar e revelar as potencialidades desse tesouro cultural baixadense tanto em sua dimensão material quanto imaterial.
Revelar no sentido de aflorar a autoestima de nossa população, de construir uma identidade propositiva e de apontar a enorme potencialidade econômica do setor cultural na geração de renda e emprego e partir dessas convicções construir as necessárias políticas públicas que sustentem a valorização e o aprofundamento do fazer cultural na Baixada Fluminense e trazer dignidade as famílias dos trabalhadores e das trabalhadoras de cultura em nossa região.
Nossa “conversa” de agora , dando sequência as “conversas” anteriores, tem como objetivos apresentar alguns exemplos de nosso patrimônio histórico e natural na direção de reafirmar sua grandeza e sua diversidade e também aproveitar o momento para elencar nossas potencialidades aos diversos candidatos que pleiteiam os importantes cargos políticos para que assumam as importantes bandeiras de defesa e desenvolvimento do Patrimônio Cultural e Natural de nossa região.
Registro que na apresentação visual de alguns dos importantes sítios patrimoniais que escolhemos como exemplo, em meio a tantos, contamos com a parceria do amigo professor Filipo Tardim, apaixonado pesquisador do tema e talentosíssimo fotógrafo.
Sobre a Baixada Fluminense: Configuração
“A Baixada Fluminense é uma região geográfica do Estado do Rio de Janeiro, pertencente à Região Metropolitana do Rio de Janeiro, ou Grande Rio. Existem várias formas de se identificar os limites da Baixada Fluminense, sendo a menos abrangente a que inclui apenas os 8 municípios localizados no território correspondente ao antigo município de Iguaçu (região da Grande Iguaçu), e a mais abrangente aquela que considera como integrantes da região os 13 municípios remanescentes dos desmembramentos ocorridos nos antigos municípios de Itaguaí, Nova Iguaçu e Magé durante o século XX.
Atualmente, a expressão “Baixada Fluminense” apresenta duas definições: Uma em sentido estrito, outra em sentido amplo. Em sentido estrito, a expressão se refere à região de natureza política, econômica e social abordada acima, definida pela sua relação com o restante da área metropolitana do Rio de Janeiro, especialmente com o núcleo metropolitano.
Esta definição de “Baixada Fluminense” é a mais comum nos dias atuais. Das várias delimitações feitas dessa região, a mais abrangente engloba os municípios de Guapimirim, Magé, Duque de Caxias, Nova Iguaçu, São João de Meriti, Nilópolis, Belford Roxo, Mesquita, Queimados, Japeri, Paracambi, Seropédica e Itaguaí. Com cerca de 4 milhões de habitantes, é a segunda região mais populosa do estado (atrás, apenas, do município do Rio de Janeiro), e, tal como a capital fluminense e o Leste Metropolitano, é uma das três sub-regiões em que se divide a metrópole do Rio de Janeiro.
Já em sentido amplo, a expressão se refere à geografia física do Estado, e denota toda a região de planícies localizada entre a Serra do Mar e o litoral do RJ, desde Mangaratiba até Campos dos Goytacazes. Essa região ainda é dividida em quatro setores: Baixada de Sepetiba, Baixada da Guanabara, Baixada de Araruama e Baixada dos Goytacazes.”
Fonte Wikipédia.
Filipo Tardim é professor da Rede Municipal de Duque de Caxias, mestre em Letras pela UFRRJ, e militante da educação e meio ambiente. Há mais de 10 anos trabalha no Centro de Referência Patrimonial e Histórico do Município de Duque de Caxias (CRPH) e no Museu Vivo do São Bento (MVSB), atuando junto às equipes de comunicação e pesquisa, sobretudo na
foto/filmagem de atividades da instituição e produção de documentários.
Carta aberta aos candidatos ao governo do estado do Rio de Janeiro e a representação parlamentar estadual e federal
Senhores.
O Patrimônio Histórico Cultural e Natural, rico e ameaçado, do nosso estado propõe com pauta de reivindicações os seguintes itens.
1) A construção de uma política de fomento público perene em direção a identificação, proteção e desenvolvimento dos sítios históricos e manifestações culturais do estado através de editais públicos e valores orçamentários robustos e bem definidos.
2) A construção de uma política de fortalecimento dos Conselho Municipais de Políticas Culturais em todo estado assim como o Conselho Estadual de Políticas Culturais e a criação de Conselhos Municipais de Patrimônio.
3) A construção de uma política de incentivo à abertura e manutenção de Museus no geral e em particular a Museus Sociais e Comunitários.
4) A construção de uma politica pública de proteção e fomento da Cultura Popular em geral, e em particular, da tradição Capoeira no estado.
5) A construção e o fortalecimento de uma política de diálogo entre a atividade turística e a potencialidade patrimonial do estado.
6) A construção de uma política de formação profissional ligada as atividades do patrimônio e do turismo patrimonial.
7) A construção de uma politica de diálogo entre a Educação e a Cultura com o incentivo ao conhecimento via rede pública de ensino da História e da Cultura do estado do Rio e de cada município em particular.
8) A construção de uma política de apoio e fortalecimento as artes e a cultura urbana no estado do Rio de Janeiro.
9) A construção de uma política de proteção efetiva das áreas de Proteção Ambiental do estado assim como a abertura de novas áreas de proteção.
10) A prioridade desses itens em particular na Baixada Fluminense e nos interiores do estado do Rio de Janeiro, como no caso da região Noroeste, muito pouco atendidas por essas políticas de incentivo e proteção.
* Associação de Professores Pesquisadores de História CLIO