Em Duque de Caxias as esquerdas avançam

DUQUE DE CAXIAS
Da esquerda para a direita: Edson Teixeira, Aluísio Jr, Rose Cipriano, Wesley Teixeira, Alessandro Molon, Ivanete, Professor Antônio Augusto e Leonardo Rocha

Professor Antonio Augusto. Mestre em Historia Social do Brasil, presidente da APPH CLIO e dirigente municipal da Rede Sutentabilidade em Duque de Caxias.

No dia 23 de julho, reuniram-se no Hotel Mont Blanc, no centro de Duque de Caxias, lideranças, apoiadores e simpatizantes da Rede Sustentabilidade, Psol e PSB, visando uma primeira aproximação e busca de caminhos comuns para construir uma firme opção da esquerda para a disputa eleitoral que será travada em 2024.

A reunião foi arcada pelo entusiasmo e otimismo. Todos e todas presentes reconheceram a necessidade histórica de se ter um governo sério, competente e comprometido com as pautas sociais tão caras ao povo duque-caxiense, da Baixada Fluminense e das periferias do Brasil e do mundo.

A presença na reunião de nomes expressivos como Rose Cipriano pelo Psol, Wesley Teixeira; representando o PSB e professor Antônio Augusto Braz, dirigente municipal da Rede, esses dois últimos já cotados como uma possível composição para uma chapa majoritária, só reforça a palpável esperança de dispormos de um bloco político sólido capaz de fazer frente às campanhas milionárias comandadas pelas dinastias que insistem em se perpetuar em sua hegemonia política perversa.

O consenso dos que lá estiveram ao final era um só: que sim, será possível reunir as esquerdas da cidade, representada por seus movimentos sociais, seus intelectuais militantes , seus partidos representativos e ao lado do trabalhador e da trabalhadora duque-caxienses, construir um caminho para a vitória eleitoral e para um governo progressista e eficaz que destine as riquezas desse que é o segundo município mais rico de nosso estado para a solução de seus problemas tão contundentes e urgentes e não para o bolso de alguns poucos privilegiados.

OS PRIMEIROS QUE AQUI VIVERAM

As primeiras populações que viveram no litoral brasileiro foram os chamados povos dos sambaquis. Esses povos viveram nessas áreas por volta de 5.000 a.C e espalharam-se de Santa Catarina até o litoral de Nordeste brasileiro.
A palavra sambaqui significa “montanha de conchas” em tupi guarani e foram formadas por conchas e restos de alimentos depositados por um longo período de tempo pelos grupos de sambaquieiros ao longo de gerações. Nessas “montanhas” enterramentos era realizados e instrumentos e utensílios eram por ali depositados o que torna esses espaços riquíssimos sítios arqueológicos.

No estado do Rio de Janeiro, na região do Lagos, encontra-se uma enorme quantidade de sambaquis. Na cidade de Rio das Ostras encontra-se o Museu de Arqueologia Sambaqui da Tarioba que preserva e expõe de forma exemplar um riquíssimo acervo sobre o tema.

Aqui na Baixada e na cidade de Duque de Caxias, em particular, encontram-se muitos desses sítios importantes ameaçados pelo descaso, desconhecimento e pela especulação imobiliária. Podemos citar aqui em Caxias, os sambaquis de Saracuruna, no bairro do mesmo nome; o sambaqui dos Fuzileiros, próximo à entrada da cidade, às margens do rio Meriti; o sambaqui da Marquesa no bairro do Pantanal/Vila Rosário; o sambaqui de Iguaçu, ao lado da entrada da Cidade dos Meninos, ameaçadíssimo por aterro irregular, já insistentemente, denunciado e que segue expandindo sua área as margens da avenida Governador Leonel de Moura Brizola às vistas das autoridades ambientais do estado e do município; e o sambaqui do São Bento.

O sambaqui do São Bento é o exemplo de esforço solitário em defesa do rico patrimônio arqueológico de nossa região. O sítio, escavado pelo IAB, administrado pelo Museu Vivo do São Bento, promove a proposta de proteger o sítio através do projeto Sambaqui Escola do São Bento, onde visitas de escolas e manutenção do espaço. Esse esforço vem se mantendo a duras penas, contando com parcerias de universidades, pesquisadores e militantes da Cultura da cidade e da região.

MAIS UM MUSEU EM DUQUE DE CAXIAS

Mesa reunindo grandes nomes da tradição tendo ao centro, em pé de azul, Mestríssimo Paulão Muzenza tendo ao seu lado sentados dois grandes ícones da Capoeira na cidade e no Brasil, os mestres Raimundo Filho e Levi

No dia 26 de setembro, mês próximo, o Museu Vivo da Capoeira, situado no bairro de Nova Campinas, terceiro distrito de Duque de Caxias, completará dois anos de existência.
Nesse breve período, o Museu buscou com entusiasmo cumprir seu papel, ainda que modestamente, de abrigar acervos e expor as experiências dessa rica tradição, arte-mãe do Brasil, a partir das vivências e trajetórias dos seus Mestres e praticantes aqui de Duque de Caxias e da Baixada Fluminense.

Abrigado que está, provisoriamente, nas dependências da Associação de Moradores de Nova Campinas, o Museu tem recebido visitantes e realizado eventos com destaque para os “Circuitos dos Berimbaus”, realizados em parceria com o Museu Vivo do São Bento.

Destaca-se também a presença do Museu Vivo da Capoeira, junto aos seus museus parceiros da Remus, Rede Estadual de Museologia Social, participando com destaque dos “festivais museais”, promovidos pela Rede, como o último deles, no Museu da República no Catete. Além disso, o Museu já se encontra filiado à Superintendência Estadual de Museus do estado do Rio de Janeiro.
Como parte das comemorações dos seus dois anos de existência, o Museu receberá a honra de homenagear na Câmara Municipal de Duque de Caxias mais de oitenta Mestres e praticantes da arte no dia 29 de setembro, sexta feira, a partir das 17h e no sábado dia 30 realizará em Nova Campinas sua caminhada festiva, o primeiro “Circuito dos Berimbaus” ao longo das ruas do bairro de Nova Campinas.

Fica o convite para você conhecer esse importante equipamento cultural que tanto orgulha nossa cidade.