O documentário, primeiro longa-metragem do consagrado Coletivo Mate com Angu, será exibido na noite de abertura do festival, após ter tido sua estreia na Premiére Brasil do Festival do Rio
Rio de Janeiro, outubro de 2025 – O documentário “Amuleto”, dirigido por Heraldo HB e Igor Barradas, do cineclube Mate com Angu (Duque de Caxias), dará início à programação gratuita do 5º Festival Mate Com Angu de Cinema com uma noite especial de celebração. O filme, que fez sua estreia nacional na Première Brasil do Festival do Rio, será exibido na abertura do evento, reforçando a força e a relevância do cinema produzido na Baixada Fluminense.
O documentário revisita o clássico “O Amuleto de Ogum” (1975), de Nelson Pereira dos Santos, filmado em Caxias, e resgata memórias de artistas da Baixada como Chico Santos, mostrando que a região não apenas serviu de cenário, mas também foi protagonista do cinema brasileiro. Gravado entre os bairros de Caxias e a Cinelândia dos trabalhadores do cinema popular – bilheteiros, lanterninhas, operadores de cabine e público das grandes salas – o filme é um manifesto sobre a força do cinema feito fora do eixo tradicional, trazendo entrevistas inéditas, arquivos raros e homenagens.
A noite de abertura do 5º Festival Mate Com Angu contará também com a exibição do curta “Dois Nilos”, com direção de Samuel Lobo e Rodrigo de Janeiro.
Para participar basta retirar ingressos gratuitamente pelo Sympla: https://www.sympla.com.br/
A Baixada como polo de Cultura
Um das produtoras do filme, Giordana Moreira, destaca a importância da estreia no Festival do Rio e a da exibição no Mate com Angu, ambas no Rio de Janeiro, sublinhando a resistência do setor audiovisual na Baixada Fluminense:
“O Amuleto estrear na Premiê Brasil do Festival do Rio é muito simbólico, de todo o movimento de décadas, de fazedores de cultura da região e muito da categoria do audiovisual na região, que encontra muitas dificuldades para conseguir se firmar. Porém, ele existe.”
A chegada do filme é uma chance para que as pessoas “olhem para um cenário que já existe, só que existe nessa região.” Giordana afirma que a equipe “conhece e acredita no potencial da Baixada Fluminense para ser um mercado de audiovisual, um cenário feito pelos moradores profissionais do audiovisual.” Embora a regra seja “sair da região para ir para a capital” fazer cinema, a equipe permanece.
“O Amuleto chegar é apenas uma chance de que o mercado em si, do estado, do Brasil, olhe para essa região, enxergue a potência que a gente constrói a cada dia, que a gente acredita e que a gente sabe que é possível fazer um mercado, um cenário e um polo de cultura e criatividade do estado do Rio de Janeiro e do Brasil também.”
Giordana completa que o filme representa um passo importante ao trazer a linguagem e estética da periferia para o cinema:
“Outra questão do Amuleto é que hoje em dia essa linguagem autobiográfica e do cinema é feita pelas pessoas da periferia e com essa estética e linguagem e conteúdos que são importantes para a periferia é um primeiro passo.”
“As pessoas consomem a estética, a linguagem da periferia, só que o Amuleto chegar no Festival [do Rio] ter sua estreia no Festival do Rio é um sinal que a gente precisa sim olhar para a periferia, mas para as pessoas que fazem na periferia e que a gente acredite não só, as pessoas vejam que não só podem consumir essa estética, mas sim a gente pode criar na periferia esse mercado. Criar trabalho, gerar renda e possibilitar que as pessoas da periferia consumam essa cultura que elas mesmo produzem.”
A produtora conclui que a chegada do filme ao Festival do Rio é um “sinal desse desejo e dessa potência que a gente sabe e as pessoas ainda não.”
Representatividade e estética da Baixada em destaque
A roteirista Luisa Pitanga destaca a representatividade da estreia: “Já estava mais do que na hora da Baixada estar representada no Festival do Rio. O cinema da periferia é pulsante e não tem volta.” Heraldo HB celebra a seleção como “a confirmação de que o cinema feito na Baixada Fluminense tem força, história e um futuro promissor,” sendo o resultado de “anos de luta e resistência do Cineclube Mate com Angu”, conta.
De destaque na Capital do Rio a grande estreia “em Casa”
O documentário “Amuleto” “nasceu” e já tem uma trajetória memorável: após sessões aclamadas no Festival do Rio, e a seleção na competitiva Première Brasil, o filme celebra agora sua grande estreia “em casa”.
Para o diretor Heraldo HB, o momento é de confirmação e celebração: “A seleção para o Festival do Rio na Première Brasil é a confirmação de que o cinema feito na Baixada Fluminense tem força, história e um futuro promissor. E ainda celebra o resultado de anos de luta e resistência do Cineclube Mate com Angu, que, através da exibição de curtas e da oferta de oficinas de cinema, fortalece o audiovisual no território. Agora, a gente celebra o mote dessa edição do Festival Mate “Bora se ver no Cinema”. E por isso, convidamos a todos, principalmente a Baixada.” convida.
Além da história que resgata as raízes do cinema periférico, o diretor Igor Barradas revela que ‘Amuleto’ guarda um elemento surpresa: “uma trilha sonora original que dita o ritmo e a emoção, convidando o público a uma jornada sonora inesperada.” Finaliza.
PROGRAMAÇÃO COMPLETA DO FESTIVAL: https://drive.google.com/file/
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Sinopse: A história de “O Amuleto de Ogum”, filme de Nelson Pereira dos Santos de 1974, a partir da perspectiva de Duque de Caxias, revelando de que maneira artistas periféricos também sonharam o cinema brasileiro. É um ato político que mostra como a periferia não apenas foi representada, mas também produziu contra todas as probabilidades.
Elenco (Participações)
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Chico Santos, Erley José, Severino Dadá, Nelson Pereira dos Santos, Tizuka Yamazaki, Luiz Carlos Lacerda, Jean-Claude Bernardet, Emmanuel Cavalcanti, José Cavalcante, Ney Santanna, Angela Santos, Rui Santos, Flávia Daiana, Marlucia Santos de Souza, Jards Macalé, Tonico Pereira, Antonio Urano e Eldemar de Souza. Participação especial: Ednaldo Santos.
Classificação indicativa: Livre.
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FICHA TÉCNICA
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Direção: Heraldo HB (Disponível para entrevistas), Igor Barradas (Disponível para entrevistas)
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Roteiro: Luisa Godoy Pitanga (Disponível para entrevistas), Heraldo HB, Igor Barradas
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Pesquisa: Francisco Serra Grande
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Produção: Sabrina Bitencourt, Giordana Moreira, Igor Barradas, Aurora Eyer
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Empresa(s) Produtora(s): Circular Filmes
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Empresa(s) Coprodutora(s): Cineclube Mate Com Angu
Equipe Técnica
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Direção de Fotografia: Igor Cabral
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Montagem: Josenstein, Igor Barradas
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Edição de Som: Ricardo Mansur
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Trilha Sonora: Orkestra Popular Barracão
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Som Direto: Victor Tigronez, Anne Santos, Pedro Moreira, Marina D’Ávila
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Figurino: Gabriella Marra
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Designer Gráfico e Motion: Misa Gonçalo
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REDES SOCIAIS
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