Além disso, os profissionais da unidade receberam uma cartilha que auxiliava no entendimento sobre LGBTS em geral
Fiuk, Anitta e Xuxa Meneghel foram alguns dos nomes citados na Clínica da Família Jacutinga nesta terça-feira, 18 de maio. Isso, porque os profissionais de saúde se reuniram para uma roda de conversa na unidade, que ressaltou o desrespeito ao direito do uso de nome social como um dos fatores de evasão da população trans na rede de saúde municipal. A ação teve o apoio da Coordenadoria de Diversidade Sexual de Mesquita e foi um desdobramento de um evento promovido na Secretaria Municipal de Saúde, no dia 7 de maio.
Para moderar a palestra, Laerte do Nascimento precisou fazer parte da primeira roda de conversa. O agente comunitário da Clínica da Família Jacutinga tem 33 anos, é homossexual e acredita que a informação é a melhor maneira de combater o preconceito. “É um tema importante e que serve como um leque para criarmos outras ações como esta. A informação leva ao entendimento e isso faz com que as pessoas se comportem de uma maneira diferente”, explica.
Entre médicos, técnicos em enfermagem, enfermeiros, farmacêuticos, agentes de saúde e componentes da equipe do NASF, os profissionais aprenderam um pouco mais sobre a sigla LGBTQIA+. Ainda segundo Cecilia Ferreira, enfermeira da equipe Topázio na unidade, a palestra foi informativa, educativa e leve. “Foi essencial para nós, que somos da área de saúde. Afinal, temos dúvidas e precisamos saber como nos comportar perante as pessoas que têm orientações diferentes da nossa. Acredito que isso vá melhorar não só o meu serviço, mas como me comporto do lado de fora. Quero levar essa experiência para quem eu conheço”, analisa.
Roda de conversa em turnos
A fim de continuar com o andamento normal das atividades e consultas realizadas na Clínica da Família Jacutinga, a coordenadora da unidade, Anacleia Ferreira de Carvalho, optou por dividir a equipe em turmas. Assim, todos os profissionais poderão aprender um pouco mais sobre o assunto e atender de forma adequada a população LGBTQIA+.
“A clínica da família é a casa das pessoas. Elas precisam saber que, aqui, serão acolhidas, para não terem duvidas sobre onde devem iniciar o seu cuidado com a saúde. O nome social, por exemplo, é uma porta de entrada para que elas saibam que respeitamos e que elas podem se sentir seguras”, diz Anacleia.
Coordenação de Diversidade Sexual
Representante do governo na Coordenadoria de Diversidade Sexual e representante da causa em Mesquita, Paulinha Única esteve presente para auxiliar no andamento da palestra. “É interessante que a lei precise assegurar os direitos da pessoa trans, quando o respeito é algo que deveria ser praticado comumente. Atualmente, temos decretos federais e estaduais que nos amparam legalmente, mas deve haver sensibilidade por parte de cada um”, evidencia.
Paulinha atua desde 2017 em Mesquita, buscando levar as pautas LGBTQIA+ para o máximo de áreas possíveis. A ideia é que, ainda esse ano, ela continue com rodas de conversa similares. Desta vez, no entanto, o foco será nos equipamentos de Assistência Social, começando pelos Centros de Referência em Assistência Social da cidade, os CRAS.