Entrevista: Carlos Lupi: “Em um ano no ministério, baixamos a fila de espera de 2,2 milhões para 1,5 milhão”

NACIONAL
Foto: Hugo Harada

O ministro da Previdência Social, Carlos Lupi, herdeiro do trabalhismo de Brizola, informa que a principal conquista neste primeiro ano à frente do ministério “foi colocar a casa em ordem”. Lembra que há 1 ano, quando assumiu o cargo, tinha uma fila de 2, 2 milhões de segurados esperando por alguma resposta da Previdência. “Todo mês, um milhão de pessoas fazem algum tipo de pedido à Previdência Social, que vai da aposentadoria, auxílio-doença,salário-maternidade, seguro defeso, BPC, pensão temporária, todos os tipos de benefício”- assegurou Lupi.
Nesta entrevista exclusiva ao JORNAL IMPRENSA, Carlos Lupi garantiu que baixou de 2,2 milhões para 1,5 milhão a fila de espera que era de 105 dias em dezembro, para 39 dia em média. E informou a reativação do Atestmed – um atestado eletrônico para confirmar o direito das pessoas a requerer o seu benefício -. Presidente nacional do PDT licenciado, Lupi ainda adiantou que o partido vai lançar candidatos próprios em 15 ou 16 municípios e um número igual de candidatos a vice-prefeito e de vereadores em todas as 92 cidades fluminenses. Em Niterói, o pré-candidato é Rodrigo Neves, e em Queimados, na Baixada Fluminense, e em Queimados, na Baixada Fluminense, Max Lemos, é o nosso candidato. A entrevista é esta:

JORNAL IMPRENSA- Quais foram as principais conquistas do senhor à frente do ministério da Previdência? E os principais desafios de sua gestão para este ano?

Lupi- Primeiro, acho que a principal conquista é ter colocado ordem na casa. Quando eu assumi, em janeiro de 2023, no total nós tínhamos mais de 2 milhões e 200 mil pessoas esperando há mais de 100 dias por alguma resposta da Previdência Social, mesmo tendo um milhão de pedidos por mês. Todo mês, um milhão de pessoas fazem algum tipo de pedido à Previdência Social, que vai da aposentadoria, pensão, auxílio-doença, salário-maternidade, seguro defeso, BPC e pensão temporária, todos os tipos de benefício. Apesar de 1 milhão de pedidos por mês, nós baixamos de 2 milhões e 200 mil para 1 milhão 458 mil a fila, que era de 105 dias em dezembro de 2022, para 39 dias a média. Sendo q

ue os estados do Sul e do Sudeste são abaixo de 34 e 35 dias; São Paulo, menos de 30 dias; Sul, menos de 30 dias; Rio de Janeiro, beirando 34 e 35 dias, ou seja, a média de tempo de espera, a diminuição da fila, e uma resposta mais ágil, principalmente para perícia, que é aquele processo que faz os exames para as pessoas poderem ter o auxílio-doença. Para você ter uma ideia, metade dos nossos pedidos iniciais trata-se de auxílio-doença, ou seja, de todo 1 milhão de pessoas por mês, quase 500 mil são de auxílio-doença.

Foto: Ivo Gonzalez

E aí nos criamos – já existia, mas demos ênfase, e colocamos em funcionamento o Atestmed – um atestado eletrônico para confirmar o direito do segurado a ter o seu benefício. Isso daí quer dizer, por exemplo, que se você ou eu, ou qualquer um de nós vamos ao médico e pega o atestado, apresenta ao nosso patrão que dá licença conforme o atestado apresentado pelo médico. A Previdência teria que fazer um outro atestado dado por um perito. Aí eu pergunto: se o médico que tem CRM já fez isso, forneceu o atestado, porque eu preciso fazer um segundo? Noventa por cento dos atestados são de médicos do SUS. Agora, através do site Meu INSS as pessoas fazem uma cópia e mandam para a plataforma do INSS ou entregam em qualquer agência. Com esse serviço, a média de espera para quem apresenta o atestado direitinho é de 5 a 6 dias. Com isso, a média caiu muito. Essa é a principal marca que a Previdência está tendo e essa agilidade para o sim ou não, para que se a resposta for negativa as pessoas possam correr atrás do que falta ou recorrer conforme o caso. Então, acho que a diminuição da fila, a questão do Atestmed, a melhoria dos serviços em geral, com mais agilidade são alguns dos avanços. A média de tempo caindo de 100 para 38 a 39 dias, é uma grande conquista neste primeiro ano de minha gestão.

Para este ano, eu quero fazer a humanização da Previdência Social como marca principal. O que é humanização? Nós temos em torno de 1.700 agências em todo o Brasil – agências e postos avançados -. O que eu falo é que humanizar é ter sempre um funcionário para atender as pessoas com carinho, explicando quais são seus direitos, onde estão as fases do processo, mostrando no computador como elas acessam o Meu INSS, uma plataforma digital. Nós tínhamos cerca de 45% da população acessando a plataforma em dezembro, hoje, já estamos em mais de 60%. Isso é avanço. Com todas as falhas que possam existir, estamos tentando melhorar esse sistema.
Pelo Meu INSS você evita intermediários. O segurado pode entrar na plataforma, ver os documentos que faltam, vê qual será o valor do seu benefício. Essa plataforma passou a ser um grande instrumento para auxiliar com maior eficácia na resposta da Previdência. A humanização significa ter sempre alguém nas agências para informar, tratar bem, respeitar e, principalmente, dar mais humanismo na relação da Previdência Social com os nossos aposentados, pensionistas e beneficiários.

JORNAL IMPRENSA – O que o senhor que é presidente nacional licenciado do PDT pode dizer como o partido está se preparando para as eleições municipais?

Lupi- Nós somos um partido que está completando 44 anos. Nenhum partido político dura 44 anos se não tiver ideias, firmeza de princípios, de propostas, mesmo com todos os nossos erros e falhas.
Nós pretendemos ter de 15 a 16 candidatos a prefeito, o mesmo número um ou pouquinho mais de vice-prefeitos e nominatas de vereadores em todos os 92 município do Rio de Janeiro. Algumas alianças estratégicas vamos fazer, e o nosso carro-chefe, a principal prefeitura que nós queremos repetir é com Rodrigo Neves em Niterói. Vamos ter o Max Lemos em Queimados, na Baixada Fluminense, e também o Vanderson, em Friburgo.
Em algumas cidades de porte médio e grande onde teremos candidatos de muita viabilidade e vamos apoiar em mais outras 16 cidades, ou seja, quase metade dos municípios teremos representação na majoritária e na outra metade, vamos fazer alianças com os que são mais próximos.A eleição municipal tem muito com a realidade do município, uma realidade dura para a população, com falta de luz, a praça mal cuidada, falta de galerias de água fluvial, galeria de esgoto e coleta de lixo. Isso não tem nada de ideológico, é o mais prático e concreto que se discute nas eleições municipais. Então, vamos trabalhar para tentar melhorar essas condições de vida de nossa gente.

Entrevista: Adilson Sarpi e Lúcia Regina